domingo, 27 de fevereiro de 2011

apenas parecia haver


Talvez porque na minha alma viesse crescendo uma melancolia terrível por causa de uma circunstância que já estava infinitamente acima de todo o meu ser: mais precisamente - ocorrera-me a convicção de que no mundo, em qualquer canto, tudo tanto faz. Fazia muito tempo que eu vinha pressentindo isso, mas a plena convicção surgiu no último ano, assim, de repente. Senti de repente que para mim dava no mesmo que existisse um mundo ou que nada houvesse em lugar nenhum. Passei a perceber e a sentir com todo o meu ser que diante de mim não havia nada. No começo me parecia sempre que, em compensação, tinha havido muita coisa antes, mas depois intuí que antes também não tinha havido nada, apenas parecia haver, não sei por quê. Pouco a pouco me convenci de que também não vai haver nada jamais. Então de repente parei de me zangar com as pessoas e passei a quase nem notá-las.

De Dostoiévski, trecho de O Sonho de Um Homem Ridículo, do Duas Narrativas Fantásticas.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Exercício de Argumentação

Acho inevitável não pensar no suicídio quando nós estamos passando por uma fase ruim em nossas vidas. Parece uma solução rápida dos problemas! É um colo metafísico, que podemos usar como último recurso quando a nossa existência é, por deveras, muito dolorosa.
Eu não estou passando por uma crise na minha, porém, em uma destas crises, eu andei pensando bastante sobre suicídio! (note-se que eu andei pensando bastante sobre suicídio e não sobre me suicidar!)
Surgiram vários questionamentos e pouquíssimas respostas. O que seria o suicídio de fato? A princípio parece um conceito óbvio, mas esta bem longe disso! A palavra vem do latim: sui (proprio) caedere (matar), ou seja, matar a si próprio. Neste caso, todos nós seriamos suicidas, já que eu não conheço ninguém que viva uma vida com o único intuito de viver. Sempre estamos buscando formas de gastar nossa vitalidade, estamos sempre gastando o nosso sopro de vida, aos poucos, em troca de experiências.
Em uma destas revistas de consultório, eu li uma reportagem sobre um jovem, muito inteligente, que se expos a radioatividade na tentativa de construir um reator atômico. Esta exposição custou-lhe com toda certeza alguns anos de vida, ele se matou, porem, vai pagar a prazo.
Diferente de um jovem conhecido que se atirou da tentadora sacada do prédio, rumo ao pagamento à vista da própria sorte e da própria vida. Mas, a partir da definição, eu creio que ambos se encaixam no termo: suicida!
Eu penso que todos nós somos suicidas, sempre que eu me vejo na situação de trocar algum tempo de vida por porções de alimento gorduroso, bebidas destiladas e drogas recreativas, eu aceito sem pestanejar. Não me dou ao luxo daquele momento de tensão que deve existir entre o suicida e a morte, vou apenas engolindo meu suicídio satisfazendo minhas células neurais viciadas em porcarias da vida mundana!
O que me faz pensar na mitologia católica, onde todos os suicidas vão, sem chora-minha-nega, sem conversa mole, sem piedade, sem discussão, para o inferno!
Se formos analisar por este lado, toda vez que de forma consciente, ou não, abrimos mão de alguns minutos de vida a mais por chocolates, cigarros, noites mal dormidas, corridas de aventura, ultra maratonas e rock&roll estamos na verdade, ganhando nosso lugar no reino de Marte.
Mas não se desespere, não estaremos sós! Não só não estaremos sós, como estaremos muito bem acompanhados. Eu digo isto porque, se todos aqueles que tramam a própria morte são suicidas e se todos aqueles que são suicidas vão para o inferno, nosso Senhor Jesus Cristo, que sabia que todos aqueles seus atos iriam, além de revolucionar toda a historia humana, levá-lo a crucificação e consequentemente a morte, é o suicida mais venerado da historia da humanidade!
E antes que alguém possa se revoltar, é com grande pesar que eu chego a esta conclusão, pois, o fato de ele estar no inferno só aumenta,infinitamente ainda mais o sacrifício que ele se dispôs a sofrer, por nós, seres humanos ferrados!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Fale por você sua cadela

Ta. O Bernardo me convidou para escrever akui e provavelmente acha kue eu tenho alguma coisa pra disser. Assar (o contrario de sorte... nao o verbo kue voce usa pra fasser churrasco). Primeira veis kue tento e jah estou ate me justificando.
Caros leitores... possivelmente (pra nao ter kue falar talveis) a leitura as minhas postagens nao sera tao agradavel... pelo menos por encuanto. Fosse apenas pelo computador canadense kue... aliado a minha falta de conhecimento dos meandros da informatica... me impede de acentuar as palavras... estariamos muito bem. O problema central eh a falta de algumas (muitas) letras em meu teclado... e... como alguem mais atento ja deve ter percebido... das virgulas. Outra condicao pela cual sofro mas ninguem se da conta sao as teclas reabilitadas. As letras d v m n k... alem do backspace e o proprio ponto final... estao em locais nao usuais... dificultando ainda mais o trabalho. (A letra k foi reabilitada sobre a letra ke... impondo-se na ordem de necessidade kuando falo com meu namorado.)
Semana passada estava lendo um livro de neurolinguistica kue me aconselhava a escovar os dentes com a mao eskuerda para desenvolver o cerebro. Grandes coisa. Kuero ver eh usar essa jossa akui! Talveis voces leitores tambem possam aproveitar essa ginastica cerebral. Talveis alguem apague minha postagem.
Me faltam o chis. o ke. e o ssse de Ssssorro. Tudo bem... eu nao planejava falar sobre a rainha dos baichinhos tao cedo.

Bom. Meu primeiro item no catalogo eh um testo do Dalton Trevisan. Ouvi pela primeira ves numa peca de teatro e fikuei gamada.
Eh isso... tchau!
P.S.: Posso usar letra colorida?

Tudo bem, querida

Ah, é? Você me liga: Oi, tudo bem? Estou terminando. Entre nós, sim, tudo acabado. Lindo enquanto durou. Agora acabado. Para sempre. Espero que sejamos amigos. Que historia é essa cara? Acabou, pô nenhuma! Um longo ano de paixão e loucura, e de repente oi, tudo bem, o fim de tudo?

Pra mim nada acabou, ô louca! Só do teu pouco juízo pra ser tão cruel. Ingrata e desgracida. Oco no peito, ninho de peludas viúvas negras. Ainda ontem, nua e perdida nos meus braços, o teu grande, eterno, único amor. E hoje: Oi, querido, tudo acabou. Corta essa cara. Dó, não sabe o que é? Em perdão nunca ouviu falar? Nem aviso nem nada - é o fim, tudo acabou -, o coração esfolado vivo com navalha sem fio. O amor doido de um ano se acaba com um tiro na nuca.

Na hora fui machão. "Tudo bem, se é o que você quer. Claro, ainda amigos, seja feliz". Assim que você desliga, mãezinha do céu, o olho cegou a lingua enrolou, a perna falhou, o meu nome esqueci. Que tudo bem, que nada. Pô nenhuma. Aqui estou plantado de quatro, ganindo para a lua vermelha dos amantes desprezados. Nada acabou, meu amor que era grande ficou maior, transborda do meu peito, sai pela janela, explode a cidade em sarças ardentes, uivos de dor, borboletas amarelas.

Durão, sim, às duas de uma tarde de sol. Nunquinha que às três da noite escura da alma, eu, a última das baratas leprosas.Agonizante na velha cama, o colchão furadinho de agulhas de gelo, o travesseiro de penas e brasas vivas. Única imagem, você perdida e nua nos meus braços. Única idéia: nua e perdida você nos braços de outro. Atropelo uma prece entre berros de um ódio que espuma. E o maldito pernilongo da insônia, oi querido, tudo bem? Me enfiando a faca no coração ainda me chama de querido. No peito, não, revolve a ponta fininha nas costas, assim dói mais.

Tudo bem, uma merda. Tudo mal, nunca esteve pior, desde a hora do famoso recado. Assim acaba o amor jurado de um ano inteirinho? De um telefone público, entre zumbidos e vozes, desculpa, querido, não posso falar, tem gente esperando. Nem a consideração do falso olho azul na cara. E se caio duro e mortinho ao ouvir a sentença de morte? Te dispensava de assistir à execução, o tiro de misericórdia na nuca. Misericórdia, pô nenhuma. Sabe lá o que é, cara?

Egoísta e pérfida, só uma bandida capaz de oi, tudo bem (e no mesmo fôlego, decerto sorrindo o tempo inteiro), tudo acabou, querido, é o fim, não me procure mais, se me vir na rua (nos braços de outro?) finja que nunca me conheceu, assim agente não sofre. Não sofre, a gente, pô? Fale por você sua cadela. E a mão suada e fria? A língua no sal? O vidro moído nas entranhas? A tremedeira do pé torto? Aqui estava numa boa, de repente o bruto murro na cara espirra olho, sangue do nariz, caco de dente - e tudo bem, querido?

Minha fonte única de alegria agora de todas as dores e aflições? Você, meu cálice de vinagre e fel, a broinha de cinza fria? Dá um tempo, ô cara. Isso não se faz. Não é assim que um amor acaba. Com tiro na nuca, a volta do parafuso nas costas, o soco na cara.

Machão, eu? O mais reles dos ratos piolhentos do amor. Sem honra nem palavra, por mim não respondo, todo me ofereço à vergonha da humilhação. Lembra da aranha? Você cortou com a tesoura as oito patas - cada uma ainda quis andar sozinha... e se distraiu a vê-la desfiar do ventre o recheio verde. Essa aranha roxa, ali no piso branco, sou eu. Mudo me retorcendo de tanta dor. Deliciada, eu em sem braço nem perna, debaixo do teu sapatinho prateado? O meu desespero goze à vontade. Tudo menos oi, querido, acabou o nosso caso.

pô que acabou. E eu, ô cara? Sem você, o que será de mim, já pensou? Não tem peninha? Eu morro, sua puta. Por você eu grito três dias sem parar. Me dá um tempo. Qual é a tua, cara? Como pode, até ontem me amava e hoje tudo acabado? E os teus bilhetes de juras eternas, as letras borradas de fingidas lágrimas? A isso chama de amor? Me beija na boca e no mesmo suspiro me acerta o ferrão de fogo. Tudo eu aceito, só não me deixe. Aqui na maior desgraça, não houve meu soluço e rasgar de dentes? Me dá um tempo, cara. Um mês, uma semana, um diazinho só.

Já não me quer? Tudo bem. Basta que eu te olhe, nem chego perto, no outro lado da mesa. Cafetina de corações solitários. Ó estripadora de alminhas líricas. Vendo o teu desprezo pode que ganhe coragem e força. Com as mãos arranco o próprio coração pelas costas.

Meus ossos já se desmancham, deixo cair garfo e xícara, puxo da perna esquerda. Me repito, eu? Pudera, no ouvido esse bando de baitacas gritando sangue, me acuda, inferno, eu morro. Dá um tempo, cara. Não assim, não para sempre: o fim do mundo às duas e quinze da tarde. Em vez da trombeta e a explosão, uma voz alegre no telefone público. Tudo bem, sinto muito, desculpa e obrigadinha.

Sente muito, você, a maior das assassinas? Tudo bem pô nenhuma. Não tem obrigadinha. Não tem desculpa. Quero você inteirinha de volta. Orgulho já não tenho. Merda para o orgulho. A paz dos cabelos brancos, até essa me deixou. Entre você e o amor próprio escolho você. Entre a dignidade e a abjeção com você, escolho a abjeção. Só peço pelo último encontro, duas palavrinhas. Por você eu morro todo dia. Pelo teu amor sou morto cada hora. Deixa te ver, sua maldita, uma vezinha só. Ai, por favor. Minha santinha querida. Por favor.

(Dalton Trevisan)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Roberto Carlos - Amor Perfeito

Injustiças sendo reparadas no nosso catálogo! Finalmente um post dedicado à nossa majestade, o Rei Roberto Carlos!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011





É um riso que preso em mim, sabe da necessidade de outros dentes para se completar alegria, ou são minhas mãos frias nas intermitentes chuvas às duas da tarde, que denunciam a carência e a fome de companhia. Mas não, não adianta eu fechar os olhos, e imaginar alguém a quem chamo de você pelas escadas do prédio, pelos corredores da casa, por volta de mim. Não adianta ser você, alguém, quem habita os meus pensamentos se ninguém está.

Ah, se pudesse certamente concretizaria em estar o seu não-ser nos entrelaces das minhas pernas, no falecer da respiração dos meus pulmões e no passeio das artérias, pois já é minha alma o seu estado de graça. E a minha vida um dilema antigo no qual ser e não estar é minha grande questão...

Philip Glass - The hours

Via @janelalateral e obvious mag:



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Jump!

Já que é pra voltar às músicas juvenis, aí vai meu post: Pode não ter as letras perturbadoras do Kurt Cobain, pode ter este tom brega dos sintetizadores e a atitude poser exagerada do David Lee Roth, mas tem Eddie Van Halen nas guitarras e sacadas do universo adolescente do tipo: "oh can´t you see me standing here, i´ve got my back against the record machine, i ain´t the worst that you´ve seen...".
Isto é o que todo garoto de 15 anos deveria ouvir, sem mais meritíssimo:

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

é mais que esperava, baby


Fiz aloca das coleções nos últimos tempos. Mal acabei de comprar nas bancas a do Chico, comprei pelo site - tudodeumavez - a do Tim Maia. Desde que os três primeiros CDs chegaram na última semana que eu sou só amor por esse gordinho!

Não consigo escolher uma música preferida entre as que ele escreveu, como Você e Azul da Cor do Mar, ou entre as que ele gravou lindamente, como Gostava Tanto de Você e Eu Te Amo. Só sei que o BOX com os 15 CDs, incluindo o Racional Vol. 3, vale cada real pago - e olha que não foi pouco.

Dá pra ver no site
Coleção Abril Tim Maia qual é a próxima edição e ouvir um pedacinho das músicas!


♥♥♥

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pequenas ideias cotidianas

Ela: É tão bom quando você é correspondida. E não precisa ficar dando patada na pessoa só pra ela não perceber que o que você queria, na verdade, era estar por perto o tempo todo, sabe?

Ele: Eu te entendo, mas isso te faz feliz?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

sempre pleno, jamais saciado

Sentia-me à vontade em tudo, é bem verdade, mas, ao mesmo tempo, nada me satisfazia. Cada alegria fazia com que desejasse outra. Ia de festa em festa. Chegava a dançar noites inteiras, cada vez mais louco com os seres e com a vida. Às vezes, já bastante tarde, nessas noites em que a dança, o álcool leve, meu modo desenfreado, o violento abandono de todos me lançavam a um arrebatamento ao mesmo tempo lasso e pleno, parecia-me no extremo da exaustão e no espaço de um segundo, compreender, enfim, o segredo dos seres e do mundo. Mas o cansaço desaparecia no dia seguinte e com ele o segredo; e eu me lançava outra vez com todo o ímpeto. Assim corria eu, sempre pleno, jamais saciado, sem saber onde parar, até o dia, ou melhor, até a noite em que a música parou e as luzes se apagaram. A festa em que eu fora feliz...

Trecho de A Queda, de Albert Camus - página 25.

Sinceridade e Estado - Jorge Luis Borges


SINCERIDADE E ESTADO – Durante uma entrevista à revista portenha “Siete Días” em 1973 o jornalista conversava com Jorge Luis Borges sobre as modalidades de Estados.
- Sr. Borges, que tipo de Estado desejaria?
- Um Estado mínimo, que não fosse notado. Morei na Suíça cinco anos e ali ninguém sabia o nome do presidente.
- A abolição do Estado que o senhor propõe tem muito a ver com o anarquismo.
- Sim, exato, com o anarquismo de Spencer, por exemplo. Mas não sei se somos suficientemente civilizados para chegar ali.
- Acredita seriamente que tal Estado é factível?
- Evidentemente. Mas, uma coisa é verdade: será preciso esperar 200 ou 300 anos.
- E enquanto isso, Borges?
- Enquanto isso a gente se f…

@via JanelaLateral

A próxima vítima


A cada ano que passa me irrita mais essa onda do politicamente correto em trotes. Na verdade, tudo o que é politicamente correto me enoja, desde defensores dos direitos humanos a eco-xiitas. Cada vez mais nos tratamos como vítimas. Somos vítimas dos comerciais da televisão, da elite exploradora, da junk food, da cultura norte-americana, da globalização, do governo corrupto e dos veteranos trogloditas.

O que mais me intriga neste último caso é que o calouro vítima de hoje é o veterano opressor do semestre seguinte. E isso só significa que não importa a situação, só importa o lado em que você está. É a lei de Gérson nos revelando brasileiros. Vocês são todos um bando, sim um bando, de estúpidos. 

Se você é burro, a culpa é da TV. Se é pobre, a culpa é da elite. Se não tem emprego, a culpa é do governo. Se é gordo, a culpa é da comida.

Já eu... sou vítima do politicamente correto.

- Guillermo Alvarenga

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Poeta do novo milênio


sou o poeta dos novos tempos
vou escrever uma lição de vida
em menos de 140 caracteres
aproveite e leia
a verdade absoluta
no mural do meu facebook

- Guillermo Alvarenga

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Anderson Silva Wins!





Eu adoraria ver uma luta entre Anderson Silva x Negative Anderson Silva! Enquanto a ciência não torna isto possível, me contento com Anderson Silva x Georges Saint-Pierre! E quem sabe, mais pra frente, ele possa subir de categoria e lutar contra o Jon Jones! (acho que o Shogun não ganha do Jon Jones)!
Caso estes dois combates ocorram e ele ganhe os dois, ele pode se aposentar sendo o maior lutador de MMA da história!


Com relação ao Belfort, faço minhas as palavras do nobre amigo Thiago: "o cara come a feiticeira!"!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

ufc 126

O Ber tá numa fase viadice romântica com o Cazuza.
É muito amor nesse blog que nem eu aguento. E olha que sou puro piegas.


Então vamos ao que importa.
É AMANHÃ!!!1

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

vamos madracear?

A letra é do Herbert Vianna, mas a melhor interpretação, indiscutivelmente, é do Cazuza. Preciso achar um novo melhor vício pra próxima semana...


Eu queria ver no escuro do mundo
Aonde está o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas pra te prender
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Ás vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Tudo que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Canned Heat

Foram uma banda boa em uma época que todos eram excepcionais! Ser uma boa banda de blues em meio a Cream, Led Zeppelin, Jimmy Hendrix, The Who, Janis Joplin, etc, faz com que você fique meio apagado.
De qualquer forma, vale a catalogada: Canned Heat - On The Road Again

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Mais Importante História não Reportada da Atualidade: O Fim do Cérebro

O Marcos Elias é gestor de fundos (Gas/Galleas/Empiricus). Figura controversa no Mercado Financeiro, escreveu um romance, Jus Sanguinis (que ainda não li). Porém não perco as ótimas crônicas que publica entre os calls da Empiricus Research. Catalogando:

A Mais Importante História não Reportada da Atualidade: O Fim do Cérebro

Por Marcos Elias.

Diante da angústia, do tédio e das pressões que vivenciei na minha infância e adolescência, eu passei a invejar a vida plácida e calma das plantas e dos animais. Aprendi a rezar (porque estudei em um colégio religioso), e – às tardes – pressionava as pálpebras dos olhos bem fechadas e, com veemência, pedia a Deus: 

“Senhor, muito obrigado por ter-me feito à sua imagem e semelhança, mas eu não estou a fim. Não quero mudar o mundo, e sei que o Senhor deu duro por 6 dias  inteiros para fazer isso aqui. Não vou te dar trabalho pedindo algo para todos. Mas,  para o meu caso em particular, por favor me transforme em um cachorro ou em um gato, ou mesmo um passarinho pode servir. É que eu não aguento mais ser humano. Sinto-me constantemente ansioso e angustiado, e vejo que estes males não acometem a Princesa (meu pastor alemão) ou a Mitsi (a gata persa da minha irmã). Acho que se tive direito a um modelo de luxo, que é essa carapaça de ser-humano, tenho também o mesmo direito de abrir mão para um modelo mais modesto, não é mesmo? Obrigado,  e Amém”. 

Como podem perceber, Deus deu de ombros para mim. Apelei ao Diabo (naquela velha  técnica de estimular a concorrência), mas as coisas não funcionaram da forma como  queria: este último me forçou a uma vida que aguçou ainda mais as ansiedades e pressões. Honestamente, tenho quase certeza que o velho Lúcifer é um surdo ao estilo “velhinha da praça” pois pedi que me desse o “viço de um pacato abacateiro” e ele me deu “uma vida no mercado financeiro”. Não peço mais nada a nenhum dos dois! Ô  duplinha chata! Andava conformado com o fato de ir morrer mesmo sob a tosca forma  de um bípede cabeçudo. E sabem, não é o corpo que incomoda tanto não, é mais o  cérebro com quem ando tendo grandes dificuldades. Percebam que só pessoas em  grande necessidade precisam de um cérebro. As plantas não! E advinhem? Se viram  muito bem sem esta pesada massaroca: fotossintetizam numa nice!

Mas, depois de amargar quase 40 anos em comunhão total com a minha massa  cinzenta, estou felicíssimo pois sei que o cérebro humano, em geral, está prestes a acabar! E o melhor: Deus não poupou esforços e estendeu esse privilégio a todos os  sapiens. Que bom! (Descobri que Deus é como uma boa ação judicial: um dia o ganho  vem, mas é preciso muita paciência!).

The human brain is dead as dead! 
Como? 
Assim: 
- Os humanos se comunicam. Os golfinhos também. 
- Os humanos são capazes de elaborar ferramentas. O chimpanzés também.

2 x 2, ou 0 x 0, e até aí essa modalidade de cérebro que nos atormenta (e do qual  todos os humanos de bom senso querem se livrar, tenho certeza disso!) está empatada  com cérebros menos angustiantes.

- Arrá! Mas os humanos têm consciência. Nós sabemos quem somos e eles (os  macacos e os golfinhos) não! Eles – espertamente – não passam uma vida ruminando  sobre o self. Não, não, não: biólogos como Lynn Margulis demonstraram que bactérias  não poderiam gerir seus sistemas de locomoção, tampouco de navegação se não  fossem capaz de alguma percepção de que estão equipadas com esse aparato. Hoje, depois de Margulis, ninguém mais ousa discutir que exista consciência em outros  animais. Mas voilà: “Apenas os descendentes dos Australopitecus puderam desenvolver a capacidade de  criar símbolos".

Ninguém sabe o porquê disso. Talvez seja pelo fato de – há 6.000 anos – as mães terem  saído de casa para trabalhar na lavoura e deixado seus filhos chorando e gritando o dia  inteiro. Então criamos os símbolos! Que lindo! Nenhum chimpanzé arriscaria sua vida pelas cores do Manchester! Tampouco pelo  brasão sérvio! Nenhum chimpanzé deixa seus recém-nascidos na mão! E a capacidade de criar e de seguir cegamente um símbolo levou ao ocaso do cérebro  humano, cuja nobre função é a de antecipar-se a algumas questões e buscar seguir a  direção correta. Mas talvez o Diabo, para não ficar na mão (e mal na foto comigo), esteja arquitetando a sua vingança ao criar um cérebro coletivo chamado Internet... E daí reforço: “Ó Senhor, por favor, tudo o que eu quero é o cérebro do um macaco e um dia na praia!".

Scott Pilgrim Contra o Mundo

O trailer é bem melhor que o filme e apesar de o filme não entregar tudo o que promete, tem cenas bacanas e esta música despretenciosa e bem sexy!